Com os estudos apresentados neste volume, desejo contribuir para uma história global do trabalho livre do eurocentrismo e do nacionalismo metodológico. Fazendo uso de literatura originária de diversas regiões, épocas e disciplinas, forneço argumentos e ferramentas conceituais para uma interpretação diferente da história - uma história do trabalho que integre a história da escravidão e da servidão por contrato, e que dê séria atenção aos desdobramentos divergentes, embora interligados, ocorridos em diferentes partes do mundo. Três perguntas formam o cerne de minhas indagações: o Qual a natureza da classe trabalhadora mundial, que é o objeto da história global do trabalho? Como podemos definir e demarcar essa classe, e que fatores determinam sua composição? o Que formas de ação coletiva essa classe trabalhadora desenvolveu ao longo do tempo, e qual a lógica desse desenvolvimento? o O que podemos aprender com as disciplinas afins? Quais contribuições da antropologia, da sociologia e de outras ciências sociais são úteis para o desenvolvimento da história global do trabalho?