Num tempo onde os alquimistas eram os mais respeitados homens de conhecimento, o maior entre eles, Bennu, consegue realizar a Quinta Obra da Alquimia - a criação do homúnculo, ou o homem artificial, uma técnica chamada em nosso tempo de clonagem. Pirapato é o resultado desse experimento. Perseguido por Corax, o alquimista negro, o herói parte numa jornada em busca de respostas para seu principal questionamento, que, em última análise, é o mesmo de todos nós seres humanos; tem o clone uma alma imortal? É facultada ao homem artificial a promessa da vida eterna após a morte do corpo material? A obra discute, através da história do 'menino sem alma', aspectos da clonagem humana sob a luz de certos mitos ou sistemas de crenças que compõem nossa cultura. A narrativa utiliza-se de várias alegorias alquímicas. Descobri-las é parte da viagem do leitor, que através delas poderá compreender a substância da alma de Pirapato. Das aves provêem as principais analogias, essencialmente por acreditar o autor serem os pássaros e seus vôos o símbolo máximo da liberdade, e o homem de asas, ou anjo, o mais próximo que nossa mitologia pôde nos deixar da Divindade.