Guilherme Nascimento nos fala de uma arte impossível, inexistente, estrangeira em sua própria língua. Nestas páginas, impregnadas das idéias de Gilles Deleuze e Félix Guattari, Franz Kafka e Luigi Novo, encontramos um pequeno número de compositores que tiveram, provavelmente, o sonho contrário: o de colocarem-se à margem por fora de liberdade. Edgar Varèse, Luigi Nono, György Ligeti, Morton Feldman, Eunice Katunda, Gilberto Mendes. Ao fazerem gaguejar a música oficial, desestabilizaram o sistema vigente não para tornarem-se sistema eles mesmos, mas para proceder desterritorializando a si próprios, encontrando-se em sua própria desterritorialização. Loucos eles, criaram uma música de loucos, de nômades. Uma música errante, incerta como a vida em um deserto. Uma música menor no seio de uma Grande Música. Uma música de minorias que se quer minoria