Zeferina - uma cabala brasileira, de Dinah Lemos, é a narrativa feminista sobre sentidos dos governos do Partido dos Trabalhadores - iniciados sob a liderança de Lula e interrompidos com a queda da presidenta Dilma - construída como ensaio sobre os significados do escravismo na cultura e sociedade do Brasil, e sobre as fragilidades adquiridas pelas esquerdas brasileiras desde esta matriz fundacional. As cartas escritas à tataravó, Zeferina, aos netos e a quem lê evoluem de um sentido confessional para uma experiência xamânica de aprendizagem a partir da sobreposição da escrita na árvore judaica da vida, a Cabala. O livro é uma reflexão feminista sobre direitos fundamentais dos sapiens e, diante do fracasso capitalista, as ameaças de fratura incontornável na potência destes direitos, entre eles o "direito de ir e vir". É o pensar reflexivo sobre a religiosidade contraintuitiva diante da nova ecologia política nascendo no planeta.