Em outros tempos, pensar a respeito das cidades e de suas contradições era como ficar horas a fio analisando fatos históricos, grandes personagens e seus feitos heroicos. Significava voltar o olhar para o que se convencionou chamar de história oficial ou dos vencedores. Nessa perspectiva, eram imprescindíveis os estudos de historiadores, cronistas, entre outros. Henriqueta Lisboa, em Belo Horizonte Bem Querer, rompe com esse modo engessado de refletir sobre a cidade, apresentando um poema capaz de trazer à tona não apenas as maravilhas e encantos da capital de Minas, mas também a teia de contradições aí presente. No olhar da poeta, Belo Horizonte, à semelhança de outras cidades, é ser total de carne e osso, que fala a partir da voz de criaturas insatisfeitas e imperfeitas. Belo Horizonte Bem Querer: Um Olhar Além Da Cidade Planejada apresenta uma leitura possível, engendrada a partir da análise das imagens que compõem a geografia sentimental do referido poema.