Para que uma organização tenha vida longa, é preciso ocupar-se das pessoas que a compõem. É que as organizações - da escola à empresa, passando pela família - são corpos vivos, que têm necessidade de provento para viver, mas que têm sobretudo necessidade de sentido. E não há nada mais próximo da vida do que as emoções que nos fazem vibrar, nada mais eficaz do que a organização bem pensada dessas emoções, a escuta respeitosa das emoções dos outros, para criar sentido e dar a cada um a sensação de ter um lugar satisfatório no grupo humano. Impõe- -se a necessidade de optimizar as pessoas, mas também de optimizar, através do capital humano, o capital relacional de toda a pessoa e, logo, o seu potencial de felicidade. É evidente que esta necessidade se estende à escola, ao casal e à família, que se tornarão também eles perenes se colocarem o capital humano no centro das suas preocupações. Denominamos como Inteligência Relacional essa ciência da felicidade que é, antes de mais, uma ciência da relação. Se ela está estranhamente ausente dos programas das escolas, universidades e formações, a razão é simples. O homem (e o gestor em particular) que passou um terço da sua vida a adquirir um saber profissional profundo, é considerado ter a ciência infusa no que respeita ao seu funcionamento pessoal e relacional. Nunca ninguém nos ensinou a comunicar, muito menos a viver uns com os outros. Eis-nos, assim, hoje, campeões de incomunicação. Quem não experimentou no quotidiano a sensação de não ser ouvido, com todas as consequências materiais que daí decorrem? Quem não recebeu o golpe directo dos a priori, juízos peremptórios e outras afirmações unívocas, encerrando simultaneamente a possibilidade de trocar um ponto de vista? Quem não se sentiu humilhado por ser julgado, definido, pensado pelos outros? Quem não receou afirmar um ponto de vista diferente, face a um interlocutor que força a confrontação até ao conflito e ao pugilato relacional?