Errar é humano. Perdoar é sobre-humano. Até mesmo o mais cético dos seres humanos reconhece a nobreza implícita no perdão. Mais que um simples gesto, ele exprime um traço de personalidade que costuma ser incluído na lista das principais virtudes, geralmente associado à alma benevolente, magnânima, capaz de oferecer algo que a outra não merece o que, até certo ponto, faz todo o sentido. Raras, porém, são as vezes em que os benefícios dessa atitude são analisados a partir de outra ótica: aquele que o concede também se favorece, e muito. A disposição de perdoar pode produzir efeitos importantes nas dimensões emocional, psicológica e espiritual. Em O poder terapêutico do perdão, Ray Pritchard faz o caminho inverso do tradicional para mostrar a força libertadora e curativa que o perdão possui, e de que forma ela influencia a pessoa que se dispõe a concedê-lo. Não se trata de uma visão ingênua do assunto pelo contrário, o autor reconhece a dificuldade de lidar com o conceito de não retribuir uma ofensa na mesma moeda. No entanto, Pritchard demonstra que há uma referência na qual podemos nos espelhar: o Supremo Perdoador, o próprio Deus