As aventuras intelectuais não tem começo nem fim. São como novelos que se desenrolam fora do tempo e da linearidade dos desfechos. Ensaios de complexidade 2 é a mais perfeita demonstração de que inteligência coletiva e inteligência conectiva, para usar duas expressões consagradas recentemente nas ciências sociais, formam um só jogo compreensivo, o da busca incessante do complexo. Os organizadores deste livro são velhos navegadores desse oceano de correspondências e de portos que servem de pontes para outros links. O resultado é mais uma viagem por um mar resplandecente de conceitos e de teorias, mas nem por isso menos misterioso ou mais sossegado. Uma coletânea só faz sentido quando une a diversidade com um laço realmente comum, um fio condutor que solta as amarras do pensamento e serve de âncora para a assembléia da polissemia: todos juntos e todos separados pela diferença que aproxima e afasta, num eterno movimento de ondas em que cada ensaísta é um passante no frenesi da descoberta. Este novo volume de Ensaios de complexidade reúne, mais uma vez, um grupo de intelectuais, eles mesmos tocados pela vertigem de pensar no limite, permanecendo no universo racional sem deixar de contemplar a vida que escapa ao racionalismo. Pensar, hoje, de certo modo, implica esse movimento pendular entre o preciso e o maravilhoso, entre o racionalizável e o perigoso.