Foi uma grata surpresa saber que Otavio A. V. Marques e Wânia Duleba, num esforço digno de aplausos, produziram este excelente diagnóstico sobre a Estação Ecológica Juréia-Itatins. Atualmente, um dos desafios do Programa BIOTA/FAPESP o Instituto Virtual da Biodiversidade (www.biota.org.br) é exatamente a produção de obras deste tipo.Essa idéia surgiu após a publicação da série Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil: síntese do conhecimento ao final do século XX, uma etapa fundamental no processo de planejamento e estruturação do Programa BIOTA/FAPESP. Os primeiros seis volumes dessa série sintetizam o conhecimento biológico existente para cada grupo taxonômico, de microrganismos a mamíferos e angiospermas, incluindo os pesquisadores que trabalham, especificamente, com cada grupo. O sétimo, e último volume, traz uma análise da infra-estrutura para conservação ex situ (museus, herbários, coleções de microrganismos, arboretos, jardins botânicos e zoológicos) e in situ (Unidades de Conservação) do Estado de São Paulo.Ao concluirmos o último volume, vislumbramos o desafio mencionado acima: a necessidade de organizar a publicação de um segundo conjunto de livros que teriam o objetivo de sintetizar as informações disponíveis sobre determinadas regiões e/ou Unidades de Conservação do Estado de São Paulo. Entretanto, com esforço para implantar o Programa BIOTA/FAPESP, a concretização desta segunda etapa foi sendo seguidamente adiada.Sem dúvida, o modelo e o padrão de qualidade estabelecidos neste livro servirão de estímulo e referência para que, em um futuro muito próximo, outras Unidades de Conservação recebam o mesmo tratamento por parte dos pesquisadores que nelas desenvolvem suas pesquisas. Com objetividade e clareza, os dois organizadores conseguiram reunir em um volume informações preciosas sobre o meio físico, especialmente sobre a evolução dos complexos que hoje constituem a Estação Ecológica, sobre o meio biológico, com capítulos ricos em listas de espécies e suas inter-relações, e, nos últimos capítulos, colocam também em contexto a questão humana, abordando desde a ocupação da região pelas populações tradicionais até o futuro desta importante Unidade de Conservação.Obras deste tipo sintetizam informações cuja importância extrapola os limites da academia, tornando-se imprescindíveis tanto para os profissionais que administram as Unidades de Conservação como para aqueles que definem as políticas e estratégias de conservação do Estado.