Na São Paulo de finais do século XIX, a chegada da ferrovia, dos bondes, da iluminação pública urbana e de outras benfeitorias, anunciavam a modernização trazida pelo crescimento econômico. É neste cenário que Fraya Frehse propõe-nos um passeio fictício pela cidade, ao longo do qual procura desvendar a modernidade que se instalava e suas formas de coexistência com os aspectos tradicionais. Nesse passeio, a antropóloga parte de notícias publicadas em jornais, como A Província de São Paulo, Correio Paulistano e Diário de São Paulo, editoriais jornalísticos, crônicas e cartas, atas da Câmara, fotos de Militão e charges de Agostini, entre outros, o que lhe permite identificar os conflitos existentes no espaço das ruas, onde novas formas de sociabilidade se instauravam. Lado a lado com os transeuntes, que se manifestam sobre seu dia-a-dia nas ruas, a autora nos conduz pela São Paulo das décadas de 1870 e 1880, com o objetivo de compreender antropologicamente a história urbana.