Os Direitos Humanos são atualmente, de modo indiscutível, parte importante da agenda política global. Estados, organizações internacionais, organizações não governamentais, empresas, movimentos sociais e até indivíduos estão envolvidos nesse grande processo de institucionalização internacional dos Direitos Humanos. O incremento desse processo é comumente localizado no período pós-Guerra Fria. Mas além da grande mudança paradigmática representada pelo fim do conflito bipolar, quais desencadeadores político-institucionais específicos alçaram os Direitos Humanos à condição de pauta globalmente debatida? Certamente, a Segunda Conferência Mundial para os Direitos Humanos da ONU, conhecida como Conferência de Viena e realizada em 1993, é um desses principais gatilhos. Este livro, orientado por uma visão crítica acerca da relação entre Direitos Humanos e soberania, cuida de desvendar um dos eventos internacionais mais ricos e complexos para a ascensão dos Direitos Humanos na agenda global contemporânea.