O Rosto do Inimigo é dissertação de mestrado de Moysés Pinto Neto, escrita e defendida em 2007, ainda que iniciada muito antes disso - o que remonta à profunda inquietação ética do autor e oferece ao leitor a chave de compreensão para este texto que, nas trilhas, nos vestígios e encontros de dois dos mais importantes críticos à violência, no culminante século XX, Emmanuel Levinas e Jacques Derrida, apresenta a desconstrução da racionalidade da qual o direito penal é expressão. "O leitor não encontrará neste livro a tradicional tagarelice das obras jurídicas, cujos textos - fórmulas não raro patéticos - sobretudo em termos de bom gosto - repetem sermões seculares(ainda que, por vezes, travestidos com fantasias high-tech). Com crueza e rigor, o autor procura refletir seriamente - ou seja, eticamente - sobre o estado de exceção, lidando com o tema para além do uso banalizado daqueles que consideram que o espaço da exceção é simplesmente aquele ainda não preenchido pelo messiânico direito constitucional, e que, portanto, e exceção é mero acidente, corrigível pela reafirmação dos monumentais direitos e garantias fundamentais."