Este livro propõe-se a ser uma investigação da Alemanha e das relações franco-alemãs nos dois últimos séculos. Ao mesmo tempo, diz coisas que nunca antes foram ditas com a violência e a clareza que demandam: a possibilidade do fim do mundo como um todo. Possibilidade, hoje, real. A hipótese do livro é mimética: os homens se imitam uns aos outros, mais do que os animais, e por isso tiveram de encontrar um meio de conter a similitude contagiosa, capaz de produzir o puro e simples desaparecimento de sua sociedade. O sacrifício é o mecanismo que traz de volta a diferença onde todos haviam se tornado semelhantes entre si. Assim, milhões de vítimas inocentes foram imoladas desde a aurora da humanidade para permitir que outros seres humanos vivessem em comunidade, ou para que pelo menos não se matassem uns aos outros.