A importância do tema desta obra é inquestionável, pois a ninguém é dado ignorar que o consumismo marca a sociedade moderna e que é vital para a manutenção e o desenvolvimento do capitalismo, que cria as necessidades de consumo, por meio de propaganda direta e subliminar, a ponto de alguém que não tem o celular de última geração, lançado há pouco no mercado, sentir-se um pária, inferior aos que já o compraram. O ter é muito mais relevante do que o ser na sociedade moderna, que discrimina aqueles que não são felizes porque não viajam para Nova York, não bebem champagne francês e nem são proprietários de carros importados e outros objetos de desejo, todos exibidos à exaustão nas redes sociais. Aliás, ter likes e amigos nas redes é mais importante do que ter amigos reais, pois estes precisam ser conquistados ao longo do tempo, o que não condiz com a modernidade líquida de que nos fala Bauman, uma metáfora perfeita para a descrição da desintegração das instituições da modernidade, substituídas por cidades líquidas, habitadas por um exército de consumidores e não mais por pessoas humanas multifacetadas. É esse ambiente que conduz ao superendividamento dos cidadãos, que dispõem de oferta de crédito fácil, por meio de cartões, cheques, crediários e carnês de lojas, além de empréstimos bancários e financeiros, instrumentos que foram avaliados em profundidade nesta obra.