Inúmeros planos de recuperação escolar vêm sendo apontados como remédios aos problemas educacionais brasileiros ao longo da história, desde a década de 1930. Mas as classes de recuperação exercem em alunos e professores o pernicioso efeito de cristalização do não saber: professores destituídos de sua função de ensinar e alunos desistentes de suas possibilidades de aprender. Por isso, a recuperação escolar, como estratégia pedagógica de apoio aos alunos que não aprendem, é aqui investigada à luz da Psicologia Histórico-cultural, estabelecendo uma análise crítica sobre a trajetória da implantação de programas de recuperação e as repercussões dessa prática (valendo-se dos sentidos pessoais de educadores, mães e alunos); e trazendo o relato de procedimentos metodológicos específicos. Este livro é uma denúncia na direção da luta por educação de qualidade e, ao mesmo tempo, um anúncio da possibilidade de a recuperação paralela e a recuperação contínua, propagadas pelos discursos [...]