'Marília sentia sono o dia inteiro. Dormia em lugares inesperados, de forma inesperada. Durante o show de Luciano Pavarotti e Roberto Carlos, no Beira-Rio, em 1998, ela adormeceu entre os colos da mãe e do namorado Rodrigo, um moço de olhos azuis, que estudava Medicina em outra cidade. Marília em breve descobriria que sofria de uma doença terrível, a leucemia, na época quase uma sentença de morte: ela tinha apenas 20% de chances de sobreviver. Mas Marília sobreviveu. Tanto é que, vinte e dois anos depois, escreveu um relato supreendentemente doce a respeito da sua trajetória, que, não por acaso, intitulou de Meu Amigo Câncer. Neste livro, Marília demonstra um otimismo, uma resiliência e uma paciência admiráveis. Porque não foi apenas a doença que a abalou e à sua família. A folhas tantas, ela conta: Sendo assim, nossa situação era a seguinte: eu seguia em tratamento da leucemia ainda, a osteonecrose estava surgindo, meus pais se separaram, minha amada avó materna faleceu,(...)