Vivemos em uma sociedade na qual as estatísticas estão por toda a parte, propondo compreensões e apontando soluções nos mais diversos domínios da atividade cotidiana. A educação é um dos assuntos em que as estatísticas têm presença marcante e grande legitimidade ainda que poucos educadores entendam o que os números dizem, indicam, inventam... Como as estatísticas de educação construíram essa legitimidade? E desde quando têm tamanho poder para a condução das políticas educacionais? Essas são algumas das questões que este livro pretende responder. Traçando em abordagem sócio-histórica uma análise que concentra a atenção nas relações estabelecidas entre educação e estatística no Brasil no período de 1871 até a década de 1940, foi possível identificar como se consolidou a legitimidade que usufruem as estatísticas educacionais para a condução de decisões políticas e de que maneira essas estatísticas colaboraram para a formulação de representações sobre a escola primária brasileira. (...)