É um livro que provoca, incomoda, desassossega. Há nele uma recusa em organizar o pensamento do leitor segundo uma determinada unidade e hierarquia de assuntos. Nele proliferam, escorrem palavras e imagens que se metamorfoseiam o tempo todo; somos convidados a saltar para além das margens que enquadram a nossa visão de mundo. Tudo entra em tensão, se embaralha, e... a cada texto, de modo intensivo, vamos percorrendo um caminhar de entradas múltiplas com o que temos à mão, como quem busca experimentar passagens desconhecidas. Mais do que entender os textos aqui apresentados, os autores nos instigam a perceber a importância de sabermos como é que as ideias, os conceitos funcionam e se potencializam. Uma leitura que não se conclui porque (des) dobra-se em outras possibilidades de sentido, de invenção de mundos, de afirmação da vida. Um livro-rizoma.