O momento atual da telecomunicação no Brasil é delicado. Infelizmente, a comemoração dos 40 anos da Rede Globo não suscitou grandes discussões sobre o tema das relações entre comunicação, democracia e dependência. Este é um debate necessário diante da carência de políticas públicas para o setor e das perspectivas que se abrem com as novas tecnologias. Reunindo conhecidos pesquisadores do campo acadêmico da comunicação, críticos das indústrias culturais, da radiodifusão e das estruturas de poder (econômico e político) a elas vinculadas, este livro propõe-se a iniciar este debate. A idéia não é analisar apenas criticamente a atuação da Globo, ao longo de seus 40 anos, mas fazê-lo na perspectiva do seu papel histórico no processo político de construção da democracia, apontando caminhos que poderiam ser trilhados pelos movimentos que lutam pela democratização das comunicações no Brasil. O enfoque mais adequado, para tanto, é o da economia política da comunicação, no qual se inclui o estudo das políticas públicas relacionadas aos processos midiáticos, informacionais e culturais.