Quando me aposentei, em 2016, respirei, desacelerei e fiz um retrospecto de minha vida pessoal, para melhor me situar. Recordei fatos e momentos importantes, vitórias, derrotas, colegas e amigos, familiares e pessoas que conheci e com quem convivi. Concluí que sou uma pessoa vitoriosa, ponderadas as minhas condições de origem e meus anseios da juventude modestos, naturalmente. Observei, ao longo dessa jornada, que um dos maiores obstáculos à mobilidade social dos afrodescendentes é o racismo que os vitima. Senti isso na pele (literalmente) em diversas oportunidades, quase sempre na forma velada. Mas sinto que Deus foi muito generoso por ter dado a mim saúde, destreza e coragem para enfrentar esse mal. Além do mais, colocou em meu caminho algumas pessoas do bem que muito me apoiaram. Desejo, agora, intensificar minha retribuição a tudo isso, e é o que vislumbro com a publicação deste livro. [...]