Nas últimas décadas, a escritura autobiográfica proliferou numa multiplicidade de formas que não se adequam tão facilmente aos padrões de gênero que a tradição estabeleceu a partir dos textos clássicos de Sto. Agostinho, Rousseau ou Goethe, inclusive, muitas dessas formas visam subvertê-los. Devido a isso e a fatores específicos da reflexão teórica atual acerca da literatura, o sujeito e a representação, o debate sobre as formas da escritura autobiográfica ganhou uma significativa relevância em diversos campos disciplinares. Este livro oferece uma seleção de textos relacionados à história e à teoria das escrituras de si, assim como leituras críticas de casos específicos provindos de diferentes literaturas. Esse conjunto de artigos traça um percurso que, sem apelar ao rigor da cronologia histórica ou à formulação de princípios teóricos concludentes, ilumina momentos, autores, obras e perspectivas críticas decisivas para a configuração do gênero autobiográfico nos dias de hoje.