Lançado em 1952, Passeios na ilha é o segundo livro em prosa de Carlos Drummond de Andrade. Nesta reunião de colunas escritas para o jornal, o poeta se dedica aos seus contemporâneos -- Manuel Bandeira, João Alphonsus de Guimaraens e Henriqueta Lisboa, entre outros -- em ensaios sobre cultura e vida literária. No texto que inaugura o volume, "Divagações sobre as ilhas", Drummond faz uma ode ao que seria a distância ideal entre a ilha e o continente, "não muito longe do litoral, que o litoral faz falta; nem tão perto, também, que de lá possa eu aspirar a fumaça e a graxa do porto". A passagem sintetiza os dilemas de um cronista que, por um lado, busca refúgio do mundo conturbado e, por outro, está atento a tudo aquilo que o cerca, num brilhante e obstinado exercício de reflexão.