Rotas de Fuga é um romance em que a diversidade de vozes narrativas, acrescida de uma linguagem na qual domina uma atmosfera de incertezas e de ambiguidades, justificam o estilo da narração. Tem como protagonista Helena, quem, na pretensão de escrever um romance, sentindo-se traída pela memória, busca auxílio em um narrador que a socorre quando do preenchimento dos seus vazios. Na condição de narradora depara-se com bloqueios que vão se insinuando no enredo e que por vezes a levam a interromper odiscurso. Como compensação à precariedade da sua memória recorre aos sonhos (?) os maiores responsáveis pela citada ambiguidade por lhe provocarem o despertar de uma memória ficcionada, desvinculada, na maior parte das vezes, da temporalidade. É quando o imaginário fica responsável pelo estado de encantamento em que costumeiramente se refugia. A presença de elementos autobiográficos desperta, em Helena, a memória íntima de um tempo; [...]