Há um lugar onde algumas pessoas são vistas como espectros; espectros de si mesmas, assombrações que trazem a inevitabilidade do Passado como um terrível determinante do Presente, do Agora, e do que quer que esteja por vir. Um flerte com o dito proibido, o temor um tanto exagerado advindo da sociedade, um nome e um rótulo brutais e estigmatizados taxando-lhes sem permissão alguma. Um lugar para os malditos é um romance fragmentado que traz uma rua; e, logo, pessoas; pessoas as quais, muitas vezes ao decorrer da narrativa entrelaçada de suas histórias, são invisibilizadas. É um livro que é, sobretudo, a respeito da tentativa de cada indivíduo para acolher a si mesmo. Para se sentir acolhido por outrem, é necessário que haja antes uma ação, às vezes dolorosa de que, enquanto Marginalizado, o sujeito se confronte no próprio espelho e se acolha ou não, pois assim é a vida para depois entender que se merece o acolhimento do outro; ou, ao afinal, não entender coisa alguma. [...]