Dados o gênero literário, a linguagem, a extensão e o teor dos documentos do Magistério, sua leitura e compreensão resultam, geralmente, em uma tarefa inacessível à maioria do Povo de Deus. Infelizmente, com Aparecida não é diferente, ainda que tenhamos sido agraciados com um bom Documento Final. A solução é ajudar os receptores do texto a fazer uma leitura adequada, para não perder de vista tanto seu sentido e mensagem como suas possibilidades nesta hora importante da Igreja na América Latina e no Caribe. Para simplificar a questão, fugindo dos meandros de uma abordagem acadêmica, em uma linguagem direta, este estudo busca oferecer alguns critérios contextualizados a serem levados em conta na leitura do Documento. O privilégio do autor de haver estado presente em Aparecida coloca-o em uma posição privilegiada para explicitar certos ângulos de abordagem do texto, só acessíveis a testemunhas oculares. Os critérios de leitura aparecem agrupados em torno dos três pólos que compõem a tarefa de interpretação de qualquer texto - o "pré-texto" (a conjuntura do texto), o "con-texto" (os autores ou co-autores do texto) e o texto (o documento em si).