Ler Ciranda de Sombras é algo como ler um memorial, é acompanhar a história íntima de um homem por meio da sua relação com seus poemas preferidos e que lhe apontaram o caminho a seguir e lhe amadureceram a pena. É, sem dúvida, uma obra de formação, uma obra que narra a passagem do tempo. Assim, não parece ser mera coincidência este livro começar com uma alegre narrativa da subida de algumas crianças a uma serra ("...subíamos a Serra/como quem imitava a própria vida") e terminar com quatro elegias que desembocam no poema final, no qual se lê: "Tudo é memória".