Mais de três décadas depois de seu fim, a Guerrilha do Araguaia ainda guarda segredos, principalmente sobre como os guerrilheiros foram mortos. A maior parte deles continua com os corpos desaparecidos na mata. O que já se escreveu sobre a guerrilha foi sempre sob o ponto de vista dos poucos guerrilheiros remanescentes ou dos moradores da região. Em A Lei da Selva, primeiro livro sobre o episódio com a versão dos militares, o jornalista e mestre em História pela Universidade de Brasília (UnB) Hugo Studart esclarece detalhes sobre a mobilização das tropas, os combates, as prisões de guerrilheiros e as execuções de prisioneiros. Revela a identidade dos comandantes militares em cada uma das três campanhas, além da cadeia de comando na fase em que o Exército recebeu ordens de não fazer prisioneiros. O livro é impressionante quando, pela voz dos militares, revela detalhes chocantes sobre como se deram as mortes e fuzilamentos de guerrilheiros e guerrilheiras, com reprodução inclusive dos diálogos na hora do confronto.