A corrupção tem sido um mal endêmico por todo o mundo. Nos últimos anos, o Brasil apareceu, diante do planeta, não apenas como um país onde essa moléstia se espalha por inúmeras áreas do mundo político e empresarial, mas, também, como um exemplo ímpar de elevado volume de dinheiro mobilizado por ela. Esta obra, ao mesmo tempo que mostra que a corrupção remonta à Grécia clássica, analisa o fenômeno em termos conceituais, sem se prender à crítica de sua ocorrência na vida brasileira. Ela mostra que existem pelo menos dois tipos de corrupção: a que se caracteriza pela transação entre corruptor e corrupto, em que o corrupto oferece vantagens indevidas ao corruptor em troca de receber, ele próprio, vantagens também indevidas, e a mais geral, que representa um desfazimento da tessitura jurídico-política ou social, por meio da erosão dos limites e princípios que deveriam governar as ações em cada setor das atividades humanas. O autor também se estende na apresentação da ética da administração pública e comenta a diferença entre o nível de exigência de integridade requerido habitualmente no Brasil e o rigor exercitado em outras sociedades contemporâneas. O tratamento dado ao tema é inovador e tem a declarada intenção de favorecer o exame do fenômeno da corrupção dentro do grau abrangente de complexidade que ele exibe, possibilitando a proposta de estratégias eficazes de combate a essa mazela.