Estar num ônibus, por exemplo, e observar pessoas, para mim, sem nomes ou histórias, mas com seus risos, silêncios, dramas, alegrias. Ali, talvez, um bancário; ao lado, quem sabe, talvez uma musicista Isso sempre me fascinou. E desse observar igualmente anônimo, muita história acaba brotando, seja espontaneamente seja impulsionada por alguma palavra entreouvida que, por sua vez, me lança no meio de histórias sabidas e por aí vai. A meu ver, a gama de cores do dia a dia de pessoas anônimas é o que melhor reflete, de modo cru e ao mesmo tempo sutil, todo o ajuste e desajuste cotidianos dessa engrenagem que chamamos realidade. Ou vida.