Neste livro, publicado antes em inglês como 'Machado de Assis - the Brazilian Phyrronian', e só agora editado em português como 'O ceticismo de Machado de Assis', Maia Neto qualifica o ceticismo não como um aspecto mas como o fundamento da ficção machadiana. Os protagonistas dessa ficção são promovidos à condição de autores que se sentem escapando de si mesmos. A condição de autor-em-dúvida os põe no lugar de observador que não interfere nem pontifica, suspendendo o juízo tanto do personagem quanto do leitor. Para tratar desse estranhamento-de-si promovido pelo Bruxo do Cosme Velho, é necessária uma terapia da razão dogmática como a que só o ceticismo machadiano pode desenvolver.