Aos educadores cabe a tarefa de encontrar/formular respostas às problemáticas pedagógicas incitadas e exigidas pelo seu tempo. Dificuldades que transcendem o fazer pedagógico imediato e cotidiano e que nem sempre são evidentes. Estar atento ao seu tempo, hoje, significa, entre outras coisas, olhar de frente e com sutileza o engendramento de mundo proposto pela racionalidade científica. Não há, pois, como pensar adequadamente os matizes e delineamentos da ciência pedagógica senão de forma colada ao movimento de constituição da própria ciência: a construção da ciência é já uma construção pedagógica. Pensar o significado e a fecundidade pedagógica da inter-relação dos saberes científicos é, antes de tudo, colocar-se em sintonia e diacronia com a ebulição de uma racionalidade que se faz preponderante na contemporaneidade. Não se trata de imaginar ou propor uma postura pedagógica que antecede a ciência, tampouco que vem em decorrência dela. Trata-se, sim, de conceber e mesmo reconhecer a ciência como forma de racionalidade, uma postura relacional - do homem com o mundo e com os outros homens - essencialmente pedagógica, construtiva, realizante.