Vamos realizar uma incursão por este trabalho, fruto de muita pesquisa, no qual a autora detalha extensamente como se tem jogado o jogo das políticas educacionais para a educação pública nas últimas décadas. Como a torcida em um campo, vamos ver como se comportam os adversários nesse processo que define táticas e estratégias. Vamos ver como vai tornando-se possível montar o quebra-cabeça das forças aparentemente ocultas que definem as políticas educacionais e qual é a origem, o objetivo e a identidade delas. É gritante o papel que as agências de financiamento internacional exercem ao ajudarem os governos locais com recursos acompanhados sempre de condicionalidades. As condicionalidades funcionam como verdadeiras algemas, mas os competentes, subservientes e zelosos defensores dos interesses do capital local e/ou internacional recebem-nas em nome de toda a sociedade: intervenção sim, mas com consentimento. A leitura do trabalho ao mesmo tempo que traz ao leitor, e em especial aos educadores, uma compreensão do que realmente a política educacional oficial está nos impondo, instiga-nos também sobre as possibilidades de continuarmos pensando em como superar qualitativamente a civilização do capital. A visão crítica aqui externada é fonte de novas esperanças. José Luís Sanfelice Professor da Faculdade de Educação da UNICAMP