A coleção Ponte Velha, publicada pela Escrituras Editora com o apoio do governo de Portugal ecretaria de Estado da Cultura e Direção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), apresenta Num sapato de Dante, da escritora portuguesa Maria Azenha. A poesia de Maria Azenha é um algoritmo em que as incógnitas conspiram, e tornam-se cúmplices do silêncio e do infinito. É uma matemática feita de objetos fractais, roturas para com a normalidade. Um testemunho sobre o que vagueia sem limite ou função. Um voo rasante nos abismos dos céus. A palavra mudou-se para o teto, como o corpo, num sapato de Dante.Avisa a autora, diz João Lutas Craveiro no texto das orelhas do livro, que o poema também é feito de palavras por inventar, servindo-se das coisas do mundo: solidão, noite, folhas, lâminas. Facas, lábios. Aranhas. O cansaço que se esconde nas dobras de todas as alvoradas. Trocando as voltas às palavras de Maria Azenha: O poema é um louco que queima os pensamentos. O que é um poema? O poema é uma criança que atravessa a rua ‘com uma flor de cinzas na boca.