Revisitar e questionar nosso modelo hegemônico de arranjos afetivos é urgente para a emancipação socioemocional do ser humano. Quem nos disse que só um modelo funciona? Quem nos disse que a monogamia é correta e a não monogamia é coisa do capeta? De onde vem a ideia do medo do abandono, do medo de ser trocade? Por onde construímos uma relação pautada na confiança? Dependendo da sua cor, classe, gênero e sexualidade, vivências monogâmicas e não monogâmicas ainda podem replicar o jogo de poder e opressão. É possível nos libertar disso? Andreone e Rhuann, ao discutirem o sentimento amoroso e os arranjos conjugais contemporâneos e suas intersecções com relações raciais e identidade, gênero e sexualidade, levantam tal questionamento. Um dos argumentos centrais deste livro é que, muitas vezes, a não monogamia é representada de forma homogênea, branca, heteronormativa e cisgênera, deixando de fora outras experiências e vivências não monogâmicas de corpos dissidentes. Ou seja, a não (...)