As relações interartes não são um fenômeno recente e sua longevidade demonstra o quão potencial e significativo pode ser o trânsito intersemiótico. Basta para afiançar essa afirmação que relembremos o diálogo entre a música e a poesia, tão importante na história dos cancioneiros nacionais, ou ainda a pujança operística, sobretudo no século XIX, cuja fonte estava na própria música, mas também no teatro e na literatura. Às portas do século XX, a pintura e a arquitetura foram expressões fundamentais para os movimentos literários vanguardistas, com seus particulares experimentalismos e rupturas.