Ao tomar como ferramenta a teoria dos Tipos Psicológicos, de Carl Gustav Jung, o autor empreendeu pesquisa inédita junto a seis magistrados do Tribunal de Justiça de São Paulo, logrando demonstrar explicitamente a influência do psiquismo do juiz na forma como conduz o processo e chega à decisão final. Tal constatação permite-nos traçar perspectivas diversas, seja do ponto de vista acadêmico, seja prático; seja para os destinatários da prestação jurisdicional, seja para os próprios membros do Poder Judiciário. Desde longa data, os juristas mais sensíveis à dimensão humana do fenômeno de produção da justiça denunciam o vácuo deixado pela ausência da Psicologia no Direito. Mas é preciso considerar que, sendo disciplinas tão distintas, sua inter-relação constitui imenso desafio para qualquer estudioso, pois exige o diálogo de saberes que não costumam frequentar os mesmos espaços nas universidades, e cuja aproximação gera, não raras vezes, certo estranhamento de parte a parte. Neste trabalho, o autor não apenas nos dá mais uma mostra do quanto a relação interdisciplinar pode ser prolífica, como também necessária. O resultado disso tem o frescor de uma ciência nova, que não se tarda em batizar de Psicologia Jurídica.