Por volta das 5 horas da manhã, a calmaria costumeira do fim da madrugada neste pequeno município indígena é interrompida por gritos, foguetes, disparos de armas de fogo e o insistente ressoar do sino da Igreja do Calvário. Liderados por um grupo de mulheres, os habitantes de Cherán cercam e aprisionam alguns dos membros do cartel de drogas Os Cavaleiros Templários, responsável por aterrorizar a região e explorar ilegalmente os bosques da comunidade. Logo em seguida, os habitantes de Cherán revoltam-se contra o poder municipal que por anos fazia vista grossa à presença dos Templários na região, expulsando o presidente municipal e os partidos políticos do município, iniciando o processo de instauração de uma nova forma de governo inspirada nos antigos usos e costumes da etnia P’urhépecha. Esse é o ponto de partida para a pesquisa histórica e antropológica deste livro que busca compreender as nuanças desse movimento, desde a herança histórica dos usos e costumes até as vicissitudes [...]