Em nossa era, as relações humanas se encontram globalmente conectadas, mas paradoxalmente fragmentadas, polarizadas e cheias de tensões. Para a filosofia, esse paradoxo assume um caráter de urgência. Pensar o problema da situação intercultural do mundo das relações requer a transformação ética do pensamento. A filosofia intercultural tem a tarefa de buscar a inteligibilidade de uma existência ética em uma diferença mais radical do que meramente contextual ou política. Isso implica entrar nas tensões e ansiedades das relações humanas, nas quais a concretude interrompe a lógica teórica e linear que caracteriza a tradição filosófica ocidental para alcançar não as essências, mas as vivências.