Após constatar as críticas abundantes dirigidas à filosofia moral liberal, à teoria cognitivo-evolutiva do desenvolvimento moral e à educação moral baseada na aplicação de programas, esta obra pretende ir além do ecossistema formado por essas perspectivas, que dominou a segunda metade do século 20. Mas quer fazê-lo contribuindo para uma melhor compreensão da construção da personalidade e do meio educacional, algo que também poderíamos denominar abordagem sociocultural da educação moral. De uma perspectiva sociocultural, a formação moral pode ser explicada como uma construção que depende da participação em práticas morais: a participação no desenvolvimento de ações que cristalizam valores e exigem a manifestação de virtudes. Para o autor, tais tarefas apontam para um mesmo objetivo: a reconstrução do mundo da vida escolar e a criação de um ambiente educacional denso em valores.