As páginas de Memórias da Segunda Guerra Mundial, nas quais Churchill relata o período que antecedeu o conflito e os anos de provação em que liderou a resistência à tirania nazista como primeiro-ministro da Grã-Bretanha, entre 1940 e 1945. Apoiando-se em sua extensa vida pública, que o levou a vários cargos ministeriais e a contatos pessoais com as principais personalidades de seu tempo, Churchill põe no papel sua perspectiva histórica, sem a pretensão de estar narrando a versão final dos fatos. Quer dar apenas seu testemunho, como alguém que esteve muito perto dos acontecimentos e foi responsável por decisões que afetaram o curso da História. Tal testemunho, no entanto, vem revestido por seu evidente talento literário que lhe valeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1953. Churchill terminou de escrever o livro em 1948, propondo-se a mostrar como o conflito poderia ter sido evitado, não poupando de críticas severas seu país nem seu próprio Partido Conservador, no poder quando Hitler botava os coturnos de fora. Para Churchill, o tirano poderia ter sido contido se França e Inglaterra tivessem agido com firmeza quando tiveram oportunidade. Narrado num ritmo vertiginoso de uma boa história de aventuras, o primeiro volume de Memórias da Segunda Guerra Mundial termina com a invasão da Rússia, em junho de 1941, e Churchill justifica o que viria a ser, dali em diante, sua aliança com o inimigo comunista: Estamos determinados a destruir Hitler e qualquer vestígio do regime nazista. Qualquer homem ou nação que prosseguir na luta contra o reinado nazista terá nossa ajuda. O perigo russo é, portanto, o nosso perigo.