Eça de Queirós e o espaço romanesco destina-se especialmente a estudantes e pro_ ssionais de Letras, interessados no estudo do romance e no entendimento de sua estrutura narrativa. Mesmo quando extremamente funcional para a estrutura e a semântica da narrativa, a descrição espacial por vezes é lida como excesso que retarda o desenvolvimento da história. No caso da leitura do estilo realista-naturalista, a tendência é reduzir o espaço ao serviço do estudo exato do meio , considerando sua apresentação exaustiva e supervalorizando seu papel determinista para o comportamento das personagens. Ora, a análise do aproveitamento do espaço em Eça de Queirós aqui realizada distancia-se dessa abordagem, ou pelo menos problematiza e amplia a compreensão do assunto, constituindo uma ajuda e um incentivo para uma revisão de critérios de leitura que só vem bene_ ciar a nossa relação exegética com o espaço _ ccional e também um contributo importante para o avanço dos estudos queirosianos (REIS, 2012).