O objeto deste livro são os conflitos de classes e frações de classes dominantes pelo controle dos benefícios das políticas do Estado brasileiro no processo da industrialização (1930-1964). O autor procura averiguar como se resolve neste quadro histórico o problema da hegemonia política: se houve uma força hegemônica ou se teve a ausência de hegemonia no interior do bloco dominante; e qual foi a especificidade correspondente da política do Estado. Partindo dos resultados a que chegaram os principais trabalhos sobre a temática, a análise buscou precisar e nuançar algumas das caracterizações e consequências destes estudos, em parte, pela utilização de uma problemática teórica específica: as lutas das frações da classe dominante. Trata-se assim de pesquisa que, sem descuidar da informação historiográfica, privilegia a análise interpretativa, inspirando-se em obras clássicas da sociologia histórica brasileira, tais como A revolução burguesa no Brasil (Florestan Fernandes) e A formação do Estado burguês no Brasil (Décio Saes).