Este texto de Pierre Bourdieu, redigido entre Outubro e Dezembro de 2001, mas em que trabalhava e reflectia há vários anos, interrogando-se nomeadamente sobre a forma que conviria dar-lhe, foi concebido, a partir do seu último curso no Colégio de França, como uma nova versão (desenvolvida, reelaborada) do último capítulo de Para uma Sociologia da Ciência. Para assinalar bem a continuidade entre os dois textos, deu-lhe o mesmo título: “Esboço para uma Auto-Análise”. Tinha decidido fazer o seu último curso submetendo-se a si mesmo, como num último desafio, ao exercício de reflexividade que tinha constituído, ao longo de toda a sua vida de investigador, numa das etapas preliminares necessárias à investigação científica.