o convite para apresentar esta obra, uma das primeiras produções literárias coletivas da universidade federal do pampa, inspirou-me a ensaiar os parágrafos iniciais, num exercício de tradução pessoal – devedora de referências autorais – acerca dos conceitos que estiveram presentes desde os primeiros diálogos entre o povo dessa região, com suas lideranças políticas, e os dirigentes da política educacional brasileira, e se aprofundaram continuamente desde a incipiência da nova comunidade de professores, estudantes e técnico-administrativos. a reivindicação sem precedentes, na amplitude das forças sociais e políticas que se mobilizaram em convergência por uma universidade federal – pública, gratuita e democrática –, justificava-se nas evidências de um extenso território com críticos problemas de desenvolvimento socioeconômico, notadamente de acesso e qualidade da educação básica e superior, de infraestrutura e meios de comunicação social. condições essas por certo sempre caracterizadas pelas circunstâncias históricas e geográficas – estar na fronteira, ser de fronteira viver longe do centro do estado e do país. e, em justaposição, ao longo das francas linhas demarcatórias, paralelas condições de vida, estudo e trabalho dos vizinhos uruguaios e argentinos. prefácio de maria beatriz luce (professora titular de política e administração da educação na universidade federal do rio grande do sul)