Numa época saturada de ideologias e informações, e em meio ao espetáculo de imagens e sons, de muita rapidez, insegurança e liquidez, os autores das CRÍTICAS MINIMALISTAS entendem que a tarefa intelectual deve associar-se a uma atividade capaz de depurar e filtrar os acontecimentos. Afinal, o que está acontecendo? Mais do que acrescentar novas interpretações e sentidos a fatos por demais sobrecarregados, os autores querem ser eloqüentes na sua simplicidade, imitando o trabalho do jardineiro, que cautelosa e corajosamente varre as folhas caídas da árvore, folhas que muitos confundiram com o conhecimento absoluto quando estavam verdes. A rigor, o minimalismo, ao qual a obra faz alusão, é muito mais o horizonte e o efeito de um pensar ascético que o corolário de um sistema filosófico-político particular ou de um suposto e claro sentido da história. Os 24 capítulos que compõem este livro, como breves ensaios, abordam diversos problemas emergentes focalizados nos eixos do Brasil, do Mundo e da Condição Humana. Seus temas circulam livremente da cultura do cinismo ao terror, da corrupção política à crise do pensamento, da democracia e do populismo à crise de autoridade, da guerra à crise da ética, da esquerda à direita, do mal à amizade, da religião à natureza humana, até compor um quadro geral onde as diversas peças poderão encaixar-se como num quebra-cabeça estruturado a partir do estranhamento geral que elas produzem.