Um grupo de italianos testa, na prática social, os princípios do anarquismo, formando uma família em que a mulher vive com mais de um homem. Os filhos pertenceriam à colônia, a uma ideia, a uma causa. A Colônia Socialista Cecília, na cidade de Palmeira, no Paraná, permanece um tabu entre paranaenses. Mas aqui, neste Uma amor anarquista, a história toma forma e ganha protagonistas. Miguel Sanches Neto, um dos mais importantes autores brasileiros da atualidade, recria em esta experiência inovadora, mesclando fatos históricos e imaginários. No centro deste novo modelo social, o idealista italiano Giovanni Rossi, autor de panfletos políticos. Como verdadeiro cientista, ele é também cobaia de sua experiência, vivendo um caso de amor em que três homens compartilham publicamente a mesma mulher. Adele, uma mulher apaixonada por um ideal e que será a primeira a aderir ao novo modelo. Mas também a primeira a sentir a força do amor. Um amor capaz de modificar o comportamento de um homem, de provocar grandes renúncias, de sustentar um sonho e, ainda assim, durar para sempre. Além das desventuras na construção do utópico projeto ? o sonho de viver numa sociedade anarquista em que padrões de estrutura familiar e religiosa seriam banidos é interrompido por dois grandes obstáculos: o egoísmo e o amor ?, a colônia cresce de forma descontrolada e o grupo precisa vencer muitas privações para garantir um nível de vida digno. Isso sem obrigar ninguém a trabalhar. O incentivo governamental aos imigrantes ajudava na implantação da colônia, mas os problemas foram se acumulando.