A maturidade e senioridade teológica de Taborda foi sendo alcançada por uma síntese intelectual invejável entre consistência teórica, fruto de sua formação na tradição teológica germânica, e profunda abertura e sensibilidade pelas tendências teológicas do contexto latino-americano, especialmente a Teologia da Libertação. Um exemplo dessa síntese teológica criativa é sua proposta de entender os sacramentos a partir da antropologia da festa. Taborda é exemplo perfeito do que deveria ser a característica de toda teologia a partir do Vaticano II: a perspectiva pastoral. No entanto, o conceito "pastoral" não se refere ao fazer pastoral, mas a uma reflexão que tem como ponto de partida e referência as implicações teológicas da prática comunitária da fé cristã. Por isso, Taborda não podia construir sua teologia sobre os sacramentos sem uma profunda sensibilidade pela liturgia. A grandeza de um teólogo não é feita apenas por seu itinerário intelectual, mas também pelos pequenos afazeres cotidianos, pelos trabalhos despretensiosos, pela alegre convivência com os demais. Para comprovar essa constatação, partimos de uma afirmação de Schillebeeckx de que todo bom teólogo deve ser também um bom cozinheiro, porque, assim como a culinária, a teologia deve saber misturar os condimentos para dar sabor à vida de fé dos cristãos. Taborda encarna essa afirmação, porque sempre foi excelente gastrônomo e prepara gostosas refeições, regadas do melhor vinho. Em sua teologia, demonstra essa mesma maestria na qual se pode saborear a vida cristã com temperos teológicos que a fazem valer a pena ser vivida com sentido e graça.