Completamos quinze anos ininterruptos da publicação do Dicionário Terapêutico Guanabara. Era o sonho do Prof. Korolkovas, antes do seu falecimento em 1996, que o DTG continuasse a ser editado. Com o surgimento de novas classes de fármacos, foram realizadas modificações na estrutura dos capítulos. A fusão de diversas indústrias farmacêuticas também ocasionou uma reviravolta na distribuição dos medicamentos: retirada de comercialização, mudanças nas embalagens e nas formas de apresentação, introdução de novos nomes comerciais. Alguns, tradicionalmente, foram mantidos. A indústria farmacêutica no Brasil cresceu de forma espetacular. Hoje é um dos maiores mercados do mundo e as instalações são modernas e eficientes. Os genéricos firmaram-se definitivamente e hoje os produtos comercializados abrangem praticamente todas as classes terapêuticas. Seguindo todas essas inovações, o DTG também teve que adaptar-se às novas mudanças. Contudo, continuamos a seguir os mesmos princípios obedecendo às normas de nomenclatura propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Outrossim, temos extrema cautela na introdução de um fármaco cuja liberação prematura possa ser modificada depois, devido ao surgimento de efeitos adversos pós-comercialização. Sobre esse assunto a OMS exerce uma fiscalização permanente, alertando sobre modificações a serem feitas nas bulas e também informando os laboratórios sobre a conduta a ser seguida. Sempre preferimos esperar um pouco e só introduzi-lo no DTG quando a segurança farmacológica assim o permitir. No ano de 2007 a OMS lançou alertas sobre efeitos adversos pós-comercialização dos seguintes fármacos: zolpidem, rituximab, levofloxacino, domperidona, ranibizumab, fluticasona, clozapina, rosiglitazona, pioglitazona, entre outros. Também foram suspensos de comercialização o tegaserod, no Canadá, e a pergolida, nos Estados Unidos. Mais uma vez resolvemos manter alguns tópicos: nomenclatura de fármacos, proposta para padronização das denominações comuns brasileiras, quão completas e corretas são as bulas de nossos medicamentos? e obsolescência e morte de medicamentos. Achamos úteis, para aqueles que não conhecem o DTG, e são normas que servem de orientação na prática farmacológica. Eventuais falhas podem surgir. Pedimos a colaboração dos profissionais de saúde, que usam o DTG, que nos sugiram modificações ou nos apontem eventuais correções para que possamos cada vez mais melhorar a qualidade do dicionário.