Pretinha da Neve morava com a mãe e o rei, seu padrasto, no Monte Kilimanjaro (norte da Tanzânia). Um lugar onde caía neve, por isso muito gelado, mais gelado ainda porque a menina vivia sozinha, já que era a única criança no castelo e não tinha amigos para brincar. Um dia, Pretinha se olhou no fundo do tacho de cobre, em que sua mãe fazia os doces que seu padrasto tanto gostava, e perguntou: "Tacho de cobre, existe menina mais solitária do que eu?". Foi nessa conversa com o tacho de cobre que Pretinha resolveu descer o Monte e conhecer "lá embaixo", um lugar sem neve e, quem sabe, com crianças morando por lá. Em Pretinha de Neve e os sete gigantes, Rubem Filho reinterpreta o conto de fadas Branca de Neve e o sete anões e o transporta para outro espaço - o continente africano -, adaptando os elementos do conto aos hábitos e costumes daquela região. Além disso, a história transita por outros contos de fada, apresentando elementos peculiares desses textos (o capuz de Chapeuzinho Vermelho, a casa dos Três Ursos de Cachinhos Dourados). Sem chegar à paródia, o autor estiliza o conto clássico, revestindo-o com linguagem moderna, diálogos "descolados" e permeados com boas doses de humor.