O capitalismo atualiza-se permanentemente, mas tem raízes plantadas em solo nutrido daquilo que arranca, expropria e viola da força de trabalho. Desde Marx, que pos a nu esse modus operandi, ‘purificar’ ou legitimar essa relação de violência é questão de vida ou morte para as burguesias. Assim tem sido e assim continua a ser na chamada ‘sociedade do conhecimento’. Por isso, este livro percorre as possibilidades das análises marxiana e gramsciana mostrando os serviços como expressões da crise constitutiva do capitalismo, cujos saltos conjunturais podem ser compreendidos à luz das lutas entre as classes e da maneira como a vida estatal é reorganizada em função dessa luta. Sob os processos de privatização e financeirização, os serviços aparecem como algo mais do que produtos do impacto de uma modernização in abstracto: eles materializam práticas históricas de expropriação e direção dos trabalhadores. Desmistificar tais processos é questão vital para as classes subalternas.